quinta-feira, 22 de abril de 2010

Homenagem a um gênio!



Augusto Boal (16/03/31 - 02/05/2009)
No próximo dia 02 /05, vai fazer um ano que o teatro mundial perdeu um de seus maiores expoentes, Augusto Pinto Boal, diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das figuras mais importantes do teatro contemporâneo, respeitado não só no Brasil como no mundo inteiro, Boal foi o criador do Teatro do Oprimido, metodologia usada nas aulas do grupo de teatro plugado. Gostaria de prestar uma pequena homenagem colocando dois videos de Boal:
  • 1° é uma entrevista de 1997, no programa Encontro com a Arte; onde ele explica o que é o teatro do oprimido, a entrevista é maior, dei uma reeditada nela, mas se vocês quiserem assistir o resto dela no youtube tem completa;
  • 2° ele expõe seu ponto de vista sobre o papel da mídia na sociedade. esse video foi gravado meses antes de sua morte.

Depois dos videos vou colocar a biografia e umas fotos.

VIVA BOAL!











Augusto Boal nasceu no subúrbio da Penha, Rio de Janeiro. Filho do padeiro português José Augusto Boal e da dona de casa Albertina Pinto, desde os nove anos dirigia peças familiares, com seus três irmãos. Aos 18 anos vai estudar Engenharia Química na antiga Universidade do Brasil, atual UFRJ, e paralelamente escrevia textos teatrais.
Na década de 1950 enquanto realizava estudos em nível de Ph.D em Engenharia Química, na Columbia University, em Nova York estuda dramaturgia na School of Dramatics Arts, também na Columbia, com John Gassner, professor de Tennessee Williams e Arthur Miller. Na mesma época, assistia às montagens do Actors Studio.
De volta ao Brasil, em 1956, passa a integrar o Teatro de Arena de São Paulo, a convite de Sábato Magaldi e José Renato. O Arena tornou-se uma das mais importantes companhias de teatro brasileiras, até o seu fechamento, no fim da década de 1960.
Com a decretação do Ato Institucional nº 5, em fins de 1968, o Arena viaja para fora do país, excursionando, entre 1969 e 1970 pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina. Boal escreve e dirige Arena Conta Bolívar. Em seu retorno, com uma equipe de jovens recém-saídos de um curso no Arena, cria o Teatro Jornal - 1ª Edição, experiência que aproveita técnicas do agitprop e do Living Newspaper, grupo norte-americano dos anos 1930 que trabalhava com dramatizações a partir de notícias de jornal.
Em 1971, Boal é preso e torturado. Na sequência, decide deixar o país, com destino à Argentina, terra de sua esposa, a psicanalista Cecília Boal. Lá permanece por cinco anos e desenvolve o Teatro Invisível. Naquele mesmo ano, Torquemada, um texto seu sobre a Inquisição, é encenado em Buenos Aires.
Finalmente, a partir de 1978 estabelece-se em Paris, onde cria um centro para pesquisa e difusão do teatro do oprimido, o Ceditade (Centre d'étude et de diffusion des techniques actives d'expression). Lá, com ajuda de sua esposa desenvolve um teatro mais interiorizado e subjetivo, o Arco-íris do desejo (Método Boal de Teatro e Terapia).
Boal visita o Brasil em 1979, para ministrar um curso no Rio de Janeiro, retornando, no ano seguinte, juntamente com seu grupo francês, para apresentar o Teatro do Oprimido, já consagrado em muitos países.
Em 1981, promove o I Festival Internacional de Teatro do Oprimido. Volta ao Brasil definitivamente em 1986, instalando-se no Rio, onde inicia o plano piloto da Fábrica de Teatro Popular, que tinha como principal objetivo tornar acessível a qualquer cidadão a linguagem teatral e cria o Centro do Teatro do Oprimido.
Boal preconizava que o teatro deve ser um auxiliar das transformações sociais e formar lideranças nas comunidades rurais e nos subúrbios. Para isto organizou uma sucessão de exercícios simples, porém capazes de oferecer o desenvolvimento de uma boa técnica teatral amadora, auxiliando a formação do ator de teatro.
Augusto Boal foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2008, em virtude de seu trabalho com o Teatro do Oprimido.
Em março de 2009, foi nomeado pela Unesco embaixador mundial do teatro.
Augusto Boal morreu por volta das 2h40' do dia 2 de maio de 2009, aos 78 anos, no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, por insuficiência respiratória. Boal sofria de leucemia.

Livros publicados:

*Arena conta Tiradentes. São Paulo: Sagarana,1967.
*Crônicas de Nuestra América. São Paulo: Codecri, 1973.
*Técnicas Latino-Americanas de teatro popular: uma revolução copernicana ao contrário. São Paulo: Hucitec, 1975.
*Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira. 1975.
*Jane Spitfire. Rio de Janeiro: Codecri,1977.
*Murro em Ponta de Faca. São Paulo: Hucitec, 1978.
*Milagre no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
*Stop: ces’t magique. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
*Teatro de Augusto Boal. vol.1. São Paulo: Hucitec,1986.
*Teatro de Augusto Boal. vol.2. São Paulo: Hucitec,1986.
*O Corsário do Rei. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986.
*O arco-íris do desejo: método Boal de teatro e terapia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1990.
*O Suicida com Medo da Morte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992
*Teatro legislativo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
*Aqui Ninguém é Burro! Rio de Janeiro: Revan, 1996
*Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.
*Hamlet e o filho do padeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira – 2000
*O teatro como arte marcial. Rio de Janeiro: Garamond, 2003.


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